Fosso Digital: as barreiras no acesso à informação

O fosso digital

A transformação digital da nossa sociedade é um facto: a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, a comunicação e ligação entre as pessoas, o trabalho… enfim, a vida, de uma forma geral, faz-se, cada vez mais, usando tecnologias digitais. Mas nem todos estão ainda preparados para as usar, no seu dia a dia. Leia e saiba mais sobre o fosso digital, as suas causas, consequências e como todos podemos contribuir para o ultrapassar.

6 Setembro 2022

Barreiras digitais

A Internet é agora uma dimensão complementar da vida das pessoas. Uma questão fundamental. Mas não ainda para todos. De acordo com o Digital 2022 April Global Statshot Report, publicado em parceria pelas empresas We are Social e Hootsuite, apenas 62,5% da população mundial é utilizadora da Internet. Os restantes 37,5%, por uma razão ou outra, sofrem as consequências da desconexão, no que diz respeito à Internet. Isto é o que conhecemos como fosso digital.

Barreiras de acesso

As barreiras de acesso são as que impedem diretamente a utilização de tecnologias digitais. As barreiras mais comuns estão relacionadas com a falta de recursos económicos: tanto para o Estado fornecer aos cidadãos as infraestruturas indispensáveis, como para os cidadãos adquirirem os dispositivos eletrónicos necessários e ligação à Internet. No entanto, existem também barreiras de acesso relacionadas com a ideologia, tais como proibições de acesso para as mulheres em alguns países.

Obstáculos à utilização

Ao contrário do que se possa pensar, a presença de infraestruturas tecnológicas, a posse de um dispositivo eletrónico e de uma ligação à Internet não garantem necessariamente a navegação na Internet. Afinal, tirar partido destes recursos requer um conjunto de conhecimentos e competências digitais que não vêm incorporados no homo sapiens: alguém tem de as ensinar. O problema é que nem todas as pessoas recebem educação e formação em matéria digital. E, mesmo que isso aconteça, pode não ser de uma forma suficientemente qualificada.

Obstáculos na qualidade de utilização

Estas barreiras são mais difíceis de identificar, mas as suas consequências são muito significativas. Uma pessoa pode ter o hardware e o software necessários para navegar na Internet, bem como os conhecimentos básicos para o fazer. Mas pode não ter a profundidade de compreensão do ambiente digital para distinguir a verdadeira da falsa informação, para reconhecer tentativas de fraude ou para expandir a sua utilização de ferramentas/conhecimento. A falha digital, ainda que não seja total, mantém-se parcialmente.

 

 

Causas do fosso digital

Desigualdade económica

A União Internacional de Telecomunicações da ONU publicou um relatório muito esclarecedor em 2021: 96% dos quase 2,9 mil milhões de pessoas excluídas do mundo digital vivem em países em desenvolvimento. De facto, 75% da população dos 46 estados mais pobres do mundo nunca se ligaram à Internet. Nunca. Computadores, telemóveis, tablets e contratos de ligação à Internet requerem um esforço financeiro que nem sempre é possível para muitas pessoas. Dito isto, também é importante referir que as desigualdades económicas dentro dos países avançados também criam fossos digitais internos.

Censura ideológica

Alguns Estados impedem os seus cidadãos de se conectarem livremente à Internet. Por exemplo, implementam restrições de acesso a certos recursos e conteúdos que consideram contrários aos seus objetivos. Por outro lado, e como já foi referido, em alguns países existe um acesso desigual à Internet por questões de género, idade, etc.

Salto geracional

As novas tecnologias estão a avançar a uma velocidade vertiginosa. Os mais jovens, para além de estarem mais expostos a elas, têm uma maior neuroplasticidade e, consequentemente, uma maior capacidade de aprendizagem. Isto significa que em regiões onde não existem programas de formação digital para pessoas de mais idade, existe frequentemente um fosso de gerações cada vez maior. Afinal, certas competências digitais base são necessárias para adquirir as competências seguintes.

Consequências do fosso digital

Isolamento

As tecnologias de informação e comunicação (TIC) têm aproximado as pessoas. E não é apenas isso: levaram a que a comunicação esteja cada vez mais concentrada no mundo digital. Emails, comunicações usando plataformas como WhatsApp ou mensagens em redes sociais, são algumas das atuais formas preferidas de ligação entre as pessoas. E o mesmo se aplica a comunicação e operações empresariais e, em particular, as bancárias: transferências, MB WAY ou pagamentos digitais tornam a vida das pessoas muito mais fácil. Num mundo assim, os que sofrem com o fosso digital são aqueles que não usam, regularmente ou de todo, estes meios e, por isso, ficam cada vez mais isolados da sociedade e das infinitas possibilidades de comunicação oferecidas pela Internet.

Desigualdade de oportunidades

A desigualdade nas TIC leva também à desigualdade nas oportunidades académicas, profissionais e económicas. As pessoas que não têm acesso de qualidade à Internet são privadas de uma enorme quantidade de recursos para as ajudar a prosperar, tanto a nível pessoal como profissional. Informações em blogs e websites, vídeos em plataformas como o YouTube, cursos de formação online, portais de emprego digitais, bancos online e plataformas de investimento são alguns dos mais importantes.

Desequilíbrio social

Como já tínhamos referido anteriormente, o fosso digital afeta, de uma forma geral, mais mulheres do que homens, o que contribui para perpetuar a desigualdade social de género que existe ainda nas sociedades modernas. Da mesma forma, uma vez que também impacta mais os mais velhos do que os mais jovens, o fosso digital acentua as diferenças entre as gerações. É também outro fator de separação entre sociedades desenvolvidas e sociedades em desenvolvimento. Como se torna óbvio, o fosso digital divide.

Estratégias contra o fosso digital no mundo

Programas de desenvolvimento de infraestruturas

Um dos ingredientes mais comuns do fosso digital é a falta de infraestruturas TIC. É por esta razão que surgiram iniciativas públicas e privadas para a combater. Um exemplo é a Alliance for Affordable Internet (A4AI), que tem como objetivo reduzir o custo da Internet nas zonas mais pobres de África, Ásia e América Latina. Outro exemplo é Starlink, um projeto do empresário Elon Musk para fornecer a todas as regiões do mundo uma cobertura de Internet de qualidade a preços baixos.

Programas de alfabetização digital

A segunda grande estratégia contra o fosso digital centra-se nas barreiras de utilização. Estas são iniciativas educacionais e de formação que têm como objetivo fornecer às pessoas excluídas digitalmente todas as competências de que necessitam para navegarem na Internet de forma totalmente independente. Estes programas são concebidos e implementados por estados, municípios, organizações internacionais e empresas privadas e conduzem a uma melhoria do bemestar individual. A ferramenta gratuita SELFIE da Comissão Europeia, criada para ajudar as escolas a incorporar as tecnologias digitais no ensino, na aprendizagem e na avaliação, é um bom exemplo.

Programas de fornecimento de recursos

Os programas de recursos centram-se tanto em recursos físicos como cognitivos: subsídios para a compra de dispositivos eletrónicos, doação de equipamento antigo ou assistência gratuita. Muitas destas iniciativas provêm do sector público e são financiadas por fundos públicos, enquanto outras provêm de Organizações Não Governamentais e das ações de centenas de pessoas que dão o seu tempo e esforço de forma altruísta. Sem o voluntariado não seríamos capazes de empreender a luta contra o fosso digital.

O compromisso do WiZink

Apesar dos esforços de tantas instituições e de tantas pessoas, o fosso digital global ainda existe. Estamos conscientes que as barreiras à transformação digital não vão desaparecer da noite para o dia. É preciso fazer um trabalho cada vez mais sustentado. E o WiZink quer contribuir com a parte que lhe compete, porque acreditamos num planeta verdadeiramente conectado, no qual nenhuma região, nenhuma família e nenhuma pessoa seja excluída. Assim, criamos ferramentas digitais para a adesão e gestão dos nossos produtos e serviços e atuamos para que as mesmas estejam acessíveis aos mais variados segmentos, numa linguagem simples e intuitiva. 

Trabalhamos diariamente para informar os nossos clientes sobre as iniciativas digitais que os podem ajudar na utilização e gestão dos produtos e serviços WiZink e, sobretudo, como o devem fazer de uma forma segura.

Não deixes, por isso, de visitar o nosso site onde, por exemplo nas áreas GPS Financeiro e Já Sou Cliente, promoveremos, cada vez mais, conteúdos que te ajudarão a perceber e usar melhor o digital. Porque sabemos que todos nós, de forma corporativa ou individual, podemos contribuir para derrubar as barreiras digitais.

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